Círio 2025: Visitas as Imagens de Nossa Senhora de Nazaré
Imagem Original e Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré ficam expostas para visitação durante a quadra nazarena.
13.10.2025 - 10:02:00 | 5 minutos de leitura
Outubro é um mês de muitas
emoções e demonstrações de fé dos milhares de devotos de Nossa Senhora de
Nazaré. Com o objetivo de proporcionar uma maior aproximação dos fiéis para com
a Rainha da Amazônia, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré ficará exposta
na Praça Santuário durante a quadra nazarena.
Essa iniciativa faz parte do
calendário oficial do Círio de Nazaré, e é um momento especial para todos
aqueles que desejam ter um encontro mais pessoal com a Virgem de Nazaré, fazer
suas orações ou agradecer por uma graça alcançada. Para isso, basta ir até o
altar da Praça Santuário, as visitações podem ser feitas diariamente, das 8h às 20h00.
Para os filhos e filhas de Maria que desejam visitar a Imagem
Original de Nossa Senhora de Nazaré, aquela encontrada por Plácido por volta de
1700 nas margens do rio murutucu, as visitas acontecem na Basílica Santuário,
já que a Imagem não pode sair do local do achado. O Santuário está funcionando
nos horários de 5h às 21h.
A Imagem Original é uma escultura
em estilo Barroco confeccionada em madeira que foi encontrada por Plácido José
de Souza, no ano de 1700. Ela possui 28 cm de altura e apresenta traços de uma
senhora portuguesa.
O milagre do retorno:
Relatos apontam que Plácido
encontrou a imagem em uma bifurcação de um taperebazeiro (árvore do taperebá) e
outros de que seria em uma espécie de nicho natural em meio a trepadeiras. E
que, após achar a imagem, que estaria com um manto, percebeu costurado na parte
interna um papel onde se lia “Nossa Senhora de Nazaré do Desterro”. Ele a
levara para sua casa e a colocara em um pequeno altar de miriti, onde estavam
um crucifixo e outras imagens de santos de sua devoção. No dia seguinte, a
imagem teria sumido. Ao retornar ao local do achado, percebeu que ela se
encontrava no mesmo lugar do dia anterior. O fato repetiu-se durante alguns
dias e a notícia do “desaparecimento” se espalhou, provocando a intervenção das
autoridades civis e eclesiásticas, fazendo com que fosse levada para o Palácio
do Governo, para o Paço Episcopal e à recém-erguida Catedral, de onde ela
também sumiu, sendo encontrada no mesmo local.
Por conta dos desaparecimentos,
Plácido teria entendido que a imagem deveria ficar no local onde fora
encontrada e ali construiu uma ermida para abrigá-la. O local do achado é onde
hoje se encontra a majestosa Basílica Santuário.
O chamado milagre da “fuga da
imagem” é tido como um prodígio que indica que o lugar teria sido escolhido por
Deus para que ali a fé de seus filhos fosse manifestada. Ainda hoje a graça do
Pai se manifesta por meio da intercessão da Vigem Santíssima, que acolhe seus
filhos para celebrar, louvar, bendizer e suplicar ao Senhor.
A imagem é em si a memória e
representação da Mãe que, trazendo o Filho amado nos braços, acolhe toda a
humanidade N’Ele simbolizada. A doutrina Católica ensina que não são as imagens
que fazem milagres, mas sim Deus Trino, que por intercessão de Maria, que nos
antecede no Reino Celeste, realiza o impossível.
Ao longo da história são
incontáveis os relatos de graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora de
Nazaré aos que acorrem ao templo dedicado à Rainha da Amazônia, comprovando que
se trata de um lugar abençoado e consagrado a Deus, onde seu poder se manifesta
de maneira inigualável.
Sobre a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré:
Em 1968, atendendo pedidos dos
fieis, que alegavam ser a imagem do Colégio Gentil bastante diferente da imagem
original, o então Pároco de Nazaré, Padre Giovanni Incampo, resolveu encomendar
uma réplica da imagem para que fosse utilizada nas procissões e cerimônias
oficiais. A tarefa, que contou com a ajuda da senhora Mizar Bonna, ficou a
cargo do escultor italiano Giacomo Mussner, a quem foram enviadas diversas
fotografias mostrando inclusive as medidas exatas da imagem original, mas com
um pedido importante: Maria teria que ter o rosto das mulheres amazônicas e o
Menino Jesus a aparência de uma criança indígena.
De acordo com Mizar Bonna, o
escultor pode ter se enganado com as fotografias enviadas, fazendo com que
remetesse primeiramente uma imagem esculpida com manto e com aparência das
imagens desenhadas para os cartazes antigos. Como esta não foi aceita, foi
doada para o município de Bragança-PA, onde passou a ser utilizada no Círio de
Nazaré. A segunda imagem enviada é a que temos hoje. As cores e detalhes da
pintura são praticamente as mesmas, a principal diferença está no burel (manta
que cobre o Menino) que na imagem original possui detalhes em prata e na
peregrina em ouro. Passou a ser utilizada a partir do Círio de 1969.
Do costume antigo da imagem do
Colégio Gentil retornar para a capela da escola após a Festa, algumas pessoas
ainda pensam que ela permanece lá durante o restante do ano, mas a verdade é
que ela fica na Basílica Santuário de Nazaré.
A Imagem Peregrina é utilizada
nas 14 romarias oficiais e mais de 500 visitas que faz a cada ano, em especial
para a realização de romarias em outros estados do Brasil.
Texto: Bárbara Matoso – ASCOM
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