Em meados de 1700, Plácido de Souza achou a pequena Imagem de Nossa Senhora de Nazaré e mal podia imaginar o quão grande este achado se tornaria imediatamente após os relatos sobre os retornos da imagem ao local em que fora encontrada.
A devoção se intensificou e ermidas foram construídas para que comportasse mais devotos e curiosos. Por conta do intenso fluxo de pessoas, decidiu-se então abrir espaço em meio à mata para que comerciantes pudessem oferecer produtos aos que por ali passavam, então aí surgiu o “Arraial de Nazaré”. Dom Frei João Evangelista Pereira, por volta de 1773, após uma visita ao arraial solicitou uma licença para o Papa Pio VI em vista a realização de uma festividade em honra a Nossa Senhora de Nazaré, justo quando a mesma imagem encontrada foi enviada a Portugal para uma restauração. Entretanto não houve uma resposta imediata.
Foi graças segunda solicitação feita dessa vez por Dom Frei Caetano Brandão, dando continuidade a missão após falecimento de Dom Frei, que a autorização foi concedida, em 1790. Agora se podia realizar a festividade, entretanto devido a realidade da época era necessário aguardar.
Após visita de Francisco de Souza Coutinho, capitão geral do Rio Negro e Grão-Pará, ao arraial, começaram os preparativos para que uma feira acontecesse com exposição de produtos de toda a região. Assim que a organização findou, o capitão foi acometido por uma doença e, se apegando a Nossa Senhora de Nazaré, fez uma promessa: se curado ficasse, mandaria buscar a imagem e levaria até o Palácio, lá se realizaria missa e, em seguida, a colocaria em um palanquim (transporte usado no oriente), e retornaria para a ermida.
Com súplica atendida, a promessa foi cumprida. Uma missa foi celebrada e em 28 de setembro de 1793 uma procissão saiu pelas ruas de Belém, no considerado primeiro Círio de Nazaré.
Após esses fatos, outros se seguiram e, graças à chegada dos Padres Barnabitas ao Brasil em 1903 muitas coisas mais mudaram, a principal delas foi a continuação da construção da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré do Desterro após assumirem em 1905. Com muita fé dedicaram a vida em missão de finalizar o templo que hoje é um dos ícones de devoção mariana na Amazônia: a Basílica Santuário de Nazaré.

Santa Maria de Belém do Grão Pará é devoção. É o calor que emana do esforço de um povo acolhedor, reconhecido pela fé que transformou uma homenagem à padroeira Virgem de Nazaré, na maior manifestação religiosa do mundo. Belém é a cidade da fé por meio do Círio de Nazaré, que durante 15 dias, vivencia a palavra do evangelho em sua totalidade.
Belém é movida pela fé. O mês de outubro traz consigo o sentimento mais genuíno de devoção e amor e os devotos da Virgem preparam suas casas com um dos ícones de evangelização: o cartaz do Círio, este ano tão significativo, por estampar em essência a representação da realidade de diversos belenenses com seus oratórios dedicados a Mãe de Jesus e nossa. Belém é o encontro de religião e cultura, É CULTURA PORQUE É FÉ.
O rio, que também é rua, recebe uma das procissões mais bonitas da programação: a Romaria Fluvial, afinal, Belém é composta por um arquipélago de 42 ilhas que correspondem a 65% do território da capital paraense, onde se desenvolvem atividades econômicas baseadas em pesca, agricultura, extrativismo e o turismo. Segundo o IBGE, a cidade tem cerca de 1,3 milhão de habitantes (último censo de 2022) e é também o polo industrial do estado do Pará.
Belém é gastronomia! Reconhecida pela Unesco como uma cidade criativa da gastronomia, a capital paraense é referência mundial em gastronomia, desde 2015. Pouco antes do segundo domingo de outubro, as ruas começam a ser tomadas pelo cheiro característico da maniçoba e do pato no tucupi, pratos genuinamente regionais e que, tradicionalmente, compõem o famoso almoço do Círio.
Belém é a sede da COP30 em 2025. A Conferência das Partes é o momento em que todos os países do mundo se reúnem para chegar a um acordo sobre as formas de lidar com a crise climática entre outras medidas assinadas no Acordo de Paris, em 2015.
Belém é a cidade da fé, da cultura, do povo devoto da Rainha da Amazônia e que mantém viva a história da cidade das mangueiras.

Senhora de Nazaré, da antiga raiz de Jessé, da casa real de Davi, descendente de São Joaquim e Sant’Ana, sempre que a angústia, o medo e a solidão me abatem, me entrego em teus braços, ó Mãe. Como criança carente em busca de alívio, carinho e proteção, mergulho em teu Coração Imaculado e consagro a ti, querida Mãe, o meu passado e todas as minhas lembranças, o momento presente e todas as suas aflições, o meu futuro e a vida eterna que Deus me reserva no céu.
O Sacramento do Batismo, que um dia recebi, me tornou filho(a) de Deus e filho(a) teu, ó Mãe. E fez-me também herdeiro(a) de seu Reino. Por isso, venho agora renovar diante de ti, ó Virgem de Nazaré, as promessas de meu batismo. E, para que eu possa ser fiel a elas até o fim de minha vida, peço a tua intercessão junto ao teu Filho Jesus.
Doce Senhora de Nazaré, a ti consagro, agora, as minhas aspirações, meus projetos, meus sonhos, minha missão, minhas realizações, tudo o que tenho e tudo o que sou. Consagro, também, todos os dias restantes de minha vida terrena, para que sejam dias serenos, cheios de paz e de muitas graças.
Quero também te consagrar desde já, Senhora de Nazaré, o momento de minha morte, quando por tuas mãos, e amparado(a) pelos braços de teu esposo São José, poderei finalmente ver teu rosto, abraçar teu Filho Jesus e contemplar a glória do Pai, no amor infinito do Espírito Santo. Amém!